o barroco mineiro
- Renata Costa
- 29 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de dez. de 2017
Surpresas e influências do barroco português em terras mineiras

Vindo pelas mãos dos colonizadores, principalmente portugueses, leigos e religiosos, o estilo Barroco chega ao Brasil no século XVIII. Nesse mesmo século, na cidade de Formiga – Minas Gerais, temos o início da construção da Igreja Matriz São Vicente Férrer, na época, um pequeno arraial.
O pedido de erguimento da Capela São Vicente Férrer foi feito em 11 de março de 1765. Este foi um marco para o surgimento e desenvolvimento do então arraial.
Na data do dia 21 de novembro de 2017, às 20:00, ao avistarmos da praça a Igreja Matriz, nos impressionamos com tamanha beleza e mal tínhamos conta do rico conteúdo histórico que ali iríamos encontrar durante a visita técnica, sobre a orientação do Professor Mestre e Doutor Clésio Barbosa Lemos Júnior.
Entre traços, contornos e afrescos característicos do estilo barroco, a construção é marcada também pela presença das entradas laterais. Possuía em sua entrada principal portas almofadadas em madeira maciça e a pia batismal, hoje guardada em um quarto, a presença da pia era no passado um símbolo, que delimitava até onde os não batizados poderiam entrar.
Ao entrarmos na igreja, nos deparamos com o estonteante altar principal, púlpitos, lustres, esculturas em madeira, belíssimas pinturas coloridas e douradas e o coro com um imponente órgão de tubos alemão, hoje tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico.

As paredes da Igreja são largas, de taipa de sopapo e adobe, possuem em torno de 50 a 60 cm de largura, com a presença de peças inteiriças de madeira, ombreiras, vergas de canga de porco levemente arqueadas.
A sacristia da Igreja Matriz S.V.F. é incorporada e traz à construção ares contemporâneos, uma vez que ela está localizada ao fundo da edificação. Marcada por elementos atuais, como o forro de madeira de encaixe macho e fêmea, e por elementos coloniais como as cravilhas, onde se encaixavam as peças de madeira mais antigas e peças de 2 palmos e meio de groço.
As janelas com vãos em ângulos retos limitavam a entrada de luz, desenvolveu-se então a técnica onde realizam aberturas nas paredes com mais 45°, o que permitiu a construção de vãos maiores e com maior entrada de luz, essa técnica foi utilizada nas igrejas e também nas residências, para ampliar a entrada de luz e o campo de visão nas edificações.
Dentre as portas e janelas almofadadas de madeira, percebemos elementos como as aldrabas, peças feitas em ferro para realizar o fechamento das portas, e a presença de taramelas para o fechamento das janelas.
A história da população de Formiga, caminha junto às paredes dessa Igreja. Nos deliciamos e mergulhamos em um passado de arte e história, marcado por intervenções, reformas, erros, acertos e principalmente almas e vidas.
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